O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), identificou uma estratégia política clara no tom do discurso do presidente Jair Bolsonaro de defender o "isolamento vertical" – apenas de pessoas com mais de 60 anos ou doenças pré-existentes – em lugar do isolamento social total, ou horizontal.
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"Ele quer jogar a sociedade contra os governadores", disse Caiado, que é médico e determinou quarentena total por 15 dias em Goiás em razão do coronavírus.

O governador também rebateu o argumento de que a paralisia vá afetar a economia e o emprego: "'vai afetar de qualquer maneira, e ele quer que essa conta seja só dos governadores".

Segundo Caiado, é preciso acompanhar tudo o que acontece e "ir calibrando as medidas". "Essa é a beleza da medicina, você vai dosando o remédio ou as medidas".

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), identificou uma estratégia política clara no tom do discurso do presidente Jair Bolsonaro de defender o "isolamento vertical" – apenas de pessoas com mais de 60 anos ou doenças pré-existentes – em lugar do isolamento social total, ou horizontal.

"Ele quer jogar a sociedade contra os governadores", disse Caiado, que é médico e determinou quarentena total por 15 dias em Goiás em razão do coronavírus.

O governador também rebateu o argumento de que a paralisia vá afetar a economia e o emprego: "'vai afetar de qualquer maneira, e ele quer que essa conta seja só dos governadores".

Segundo Caiado, é preciso acompanhar tudo o que acontece e "ir calibrando as medidas". "Essa é a beleza da medicina, você vai dosando o remédio ou as medidas".

A irritação de Caiado com o presidente Bolsonaro se dá, ele explica, porque o presidente estaria desconhecendo os estudos científicos, a academia e o que pensam os médicos.

"Nós fizemos aqui inúmeras reuniões com médicos infectologistas, pneumologistas e tantas outras áreas para tomar decisões. Não será ele, de Brasilia, que vai dizer o que devemos fazer", reagiu.

"Como pode, [que] um ignorante completo na área de saúde venha dizer para nós o que é certo e o que é errado", prossseguiu Caiado.

A principal preocupação do governador de Goiás é manter em funcionamento a rede pública de saúde para atender aos casos mais graves. Até aqui, segundo ele, a estratégia tem dado certo – foram registrados 29 casos de coronavírus em todo o estado. "Estamos tentando achatar a curva", afirmou.

Para o governador, ao falar que os caminhoneiros não têm onde abastecer, almoçar e consertar os pneus de seus caminhões, Bolsonaro estaria, também, estimulando uma reação dos profissionais. Na visão de Caiado, mais um gesto político.